O terceiro encontro do Projeto Vozes Femininas aconteceu na manhã ensolarada do sábado, dia 17/08, e foi marcado por muita troca de experiências e emoção!
Sob o tema “Se reconhecendo mulher ou autocuidado não é egoísmo”, o encontro teve o objetivo de despertar nas participantes a consciência do que é ser uma mulher com deficiência e como lidar com a sua imagem, colocando em pauta as questões de autoestima e identidade feminina e a maneira como as pessoas com deficiência são retratadas pela mídia.
“Temos que tentar entender como a deficiência afeta nossa representação e como ela é determinada pela mídia, já que o “padrão” imposto reverbera constantemente que nossos corpos não são belos. A proposta desse encontro é repensar a relação com nosso corpo de mulher com deficiência, discutindo estratégias individuais e coletivas para resistir a esse processo de “opressão”, disse Ana Rita de Paula, uma das idealizadoras do projeto.
Construindo uma rede de união
Uma das atividades propostas foi a dinâmica do barbante, em que as participantes do grupo se reuniram em um círculo e foram convidadas a revelar qual a parte do seu corpo que mais gostava e a que menos gostava, e o por quê.
À medida que cada pessoa falava, deveria jogar o barbante para outra, formando uma “rede” entre elas.
“O objetivo fundamental é criar laços de respeito, de confiança e, principalmente, de não julgamento, criando uma relação livre e de acolhimento do outro”, complementou Ana Rita.
A ideia era que todas pudessem falar abertamente sobre o que agrada e o que incomoda em si mesmas, sem nenhum tipo de restrição ou julgamento. E assim, perceber que a maneira como todos nós nos enxergamos é muito importante, tanto para nos fortalecer como indivíduos quanto para ter mais qualidade nos relacionamentos.
Nessa discussão sobre características físicas, naturalmente, vieram à tona muitas histórias interessantes sobre a vida dessas mulheres e como elas encaram a sua deficiência.
Algumas delas declararam “gostar de tudo”, deixando claro que a deficiência não as impede de estar bem consigo mesmas. Também foi bastante comum ouvir casos em que a deficiência mudou a perspectiva dessas mulheres, impulsionando-as a ser ou realizar algo que antes parecia mais difícil.
Promovendo a autoestima das mulheres com deficiência
O ponto alto do evento foi a oficina de automaquiagem, que enfatizou a necessidade de se cuidar e elevar a autoestima das mulheres com deficiência.
Idealizada pela Michele Simões, consultora de moda, cadeirante e dona do perfil “Meu corpo é real” , a oficina só foi possível com a parceria do Instituto Avon, que doou kits de produtos para as 40 mulheres que estavam presentes.
Com certeza, todas elas saíram de lá mais felizes, confiantes e conscientes da sua beleza.
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Sobre o Projeto Vozes Femininas
O Projeto Vozes Femininas é uma iniciativa da BRASA, apoiada pela Rehabilitation International, e foi criado por um grupo de pessoas que trabalham ativamente pelo movimento dos direitos de pessoas com deficiência