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Em mais um encontro, o Projeto Vozes Femininas cumpre sua missão, que é a de dar voz e capacitar as mulheres com deficiência a tomarem seu lugar de liderança na sociedade. 

E o tema do dia 14/09 não poderia ser mais atual: Violência e Assédio contra mulheres com deficiência.

Afinal, as mulheres com deficiência também são parte da triste estatística de assédio, violência e feminicídio, que só cresce no Brasil 

Na abertura do evento, a coordenadora Sandra Ramalhoso trouxe algumas estatísticas sobre o tema, revelando que 10% das mulheres que sofrem violência no Brasil têm algum tipo de deficiência, e mediou uma discussão sobre as políticas necessárias para prevenir essa situação e apoiar as vítimas.

Entre as medidas mencionadas, estão:

  • Aumentar canais de denúncia;
  • Inclusão da  criança com deficiência na escola;
  • Criar e fortalecer os conselhos de direitos;
  • Divulgar os direitos da pessoa com deficiência;
  • Direcionar mais verbas às ações;
  • Construir mais centros de atendimento / delegacias inclusivas.
A advogada Letícia Ueda está sentada, com o microfone na mão. Acima, há um telão com uma apresentação onde está escrito: Direitos das Mulheres com deficiência - assédio e relacionamento abusivo.
Foto: Duda Portella

As mulheres tiveram a oportunidade de tirar dúvidas sobre a legislação vigente, com atendimento personalizado da equipe de advogadas do programa Mattos Filho Cidadão, o programa de voluntários do Escritório de advocacia Mattos Filho.

Segundo a advogada Letícia Ueda, as mulheres com deficiência representam 8,5% dos casos denunciados no disque 180, totalizando aproximadamente 3.900 denúncias em 2018. Os dados são da Central de Atendimento à mulher.

E um dado ainda mais preocupante: de 2011 a 2016 houve um aumento de 188% nas notificações de violência contra pessoas com deficiência, sendo que 64% envolvem violência sexual.

 Afinal, o abusador tem cara?

Sentada numa mesa, uma mulher desenha na folha de papel branco . Ela é morena, tem cabelos escuros e está vestindo um casaco preto com uma blusa preta e estampada por baixo.
Foto: Duda Portella

Em meio a um debate tão sério como esse, a proposta da dinâmica de grupo foi um tanto lúdica: desenhar. As participantes foram desafiadas a traçar o perfil de um abusador. 

Nessa atividade, rolou muita troca de ideias e experiências, e cada grupo expressou a sua opinião, porém, todas chegaram a um consenso de que o abusador não tem cara: pode ser um pai, um avô, um tio, um amigo e até mesmo um irmão.

Pode ser rude ou gentil, generoso ou egoísta. Pode ter uma conduta social irrepreensível, mas, entre quatro paredes, ser o monstro que ataca.

O abusador pode ser qualquer pessoa, estranha ou não!

Conscientização começa na infância

Apesar de ser um encontro de mulheres, desta vez, não foi uma mulher, e sim uma criança que roubou a cena e emocionou a todos!  Nossa participante mirim e mascote do projeto Vozes Femininas é a Leona, de apenas 7 anos. 

Enquanto todo mundo discutia os assuntos, ela ouvia atentamente e expressava sua opinião por meio dos desenhos. 

Dá pra ver, nessas imagens, que a Leona conseguiu captar direitinho o que estava sendo transmitido nas apresentações. 

Acreditamos que é muito importante despertar a consciência das crianças desde cedo sobre a questão da violência e do assédio, uma vez que, infelizmente, elas também são vítimas nessas   histórias terríveis. 

Dessa forma, elas estarão mais preparadas para se defender caso algo ruim aconteça, seja durante a infância ou no futuro.

O que não para dá fazer é ver e fechar os olhos, ou se calar!

Por isso, em caso de assédio ou violência, não hesite: denuncie! Disque 180.

Texto: Fátima El Kadri

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