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Mais um vexame do Brasil frente a Organização das Nações unidas (ONU) nessa semana, países que se reuniram para discutir um projeto que reforça as necessidades de mulheres e meninas acabam por negociar com ideologia e religião o nosso direito a vida.

Países sauditas, Rússia, Brasil e Indonésia pediram alterações no texto submetido pelo México que por ações, intende proteger os direitos humanos para mulheres e meninas durante a pandemia.

As nações ultraconservadoras pediram uma série de mudanças e entre elas a que pede a exclusão a parte do projeto que fala da interseccionalidade (sobreposições) nas violências vividas pela mulher, um exemplo disso? Nós, mulheres com deficiência.

O país que sugeriu a retirada do trecho? O Brasil de Bolsonaro e de Damares.

Não satisfeitos, tais países ditos “religiosos” também exigiram correções nas medidas relacionadas a direitos reprodutivos e contraceptivos, pedindo que seja alterado para o termo “planejamento familiar e métodos modernos de contracepção”.

Que modernidade seria essa? A que nega todos os anos em que nós brasileiras presenciamos a morte de meninas e mulheres, que na busca por um aborto barato e clandestino acabaram mortas. E antes disso, por falta de informação e de métodos contraceptivos acabaram grávidas em um ambiente totalmente desamparado.

Essa é mais uma prova de que a ideologia religiosa, não quer dizer solidariedade ou atitudes positivas pela vida. Quer dizer cegar-se para problemas concretos e aceitar a morte, mais uma vez desvalorizando a vida das mulheres.

Precisamos de educação e planejamento familiar? Sim, mas por uma questão de saúde pública, precisamos de contraceptivos e de aborto seguro e gratuito para todas as brasileiras.

 

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