A conversa será entre duas Agentes de Inclusão e mobilização social (AIMS) do projeto Vozes Femininas e a fundadora do NOSSO Movimento pelo bem estar no Brasil.
Com o propósito de expandir o debate do Dia internacional da luta da mulher para as mulheres com deficiência que o Vozes Femininas foi convidado para trocar experiências proporcionadas pelas rodas de conversa virtuais na Brasilândia desde o ano passado.
Contribuição do projeto para a união das mulheres com deficiência e cuidadoras da Brasilândia
Texto feito em colaboração com o NOSSO Movimento pelo bem estar no Brasil
Vivemos tempos verdadeiramente complexos, mas não somos os únicos a sentir isso, na verdade, somos seres altamente interconectados em nossa sociedade e dependemos um do outro. Precisamos romper com a ideia de que cada ser humano é um indivíduo solitário no mundo, ou de que só temos responsabilidades com o nosso núcleo familiar. Precisamos cuidar uns dos outros e nos unir
Especialmente se somos minorias, se somos mulheres, pessoas com deficiência, pessoas negras e LGBTQIA+ A exteriorização do sofrimento traz alívios às dores das opressões e quando nos sentimos apoiados, somamos forças para lutar contra desigualdades.
Por isso, a formação de rodas de conversa é algo político, na construção de uma cidadania e busca por direitos, mas é também terapêutico para cada indivíduo que dela participa.
Onde estão as pessoas com deficiência?
Fazemos essa pergunta porque sabemos ser um direito das pessoas com deficiência, circular e exercer livremente sua cidadania em igualdade aos demais, como previsto na Lei Brasileira de Inclusão
No entanto, será que convivemos mesmo em pé de igualdade? Por que ainda olhamos em volta em ambientes de trabalho, universidade e de lazer e não vemos pessoas com deficiência?
São 12,5 milhões de pessoas no Brasil que vivem com alguma limitação, mas a visão de que essas pessoas são inferiores é uma discriminação, e tem suas raízes no que denominamos “capacitismo”. Tem esse nome por considerar que apenas pessoas que são “capazes” de fazer algo, são dignas de valor. Isso está inteiramente ligado ao modelo capitalista de produção, no qual pessoas que não produzem são consideradas “descartáveis”.
Percebem o quanto isso está enraizado na nossa cultura? O preconceito está ligado ao pensamento de que pessoas com deficiência são incapazes devido às barreiras de acesso que encontram. Mas precisamos entender que essas barreiras de acesso não são naturais, mas sim, construídas pela sociedade capitalista.
O melhor caminho para a mudança começa pela erradicação dessas barreiras, que impedem as pessoas com deficiência de ocupar os espaços e de debaterem sobre as próprias necessidades. Que tal começarmos a olhar para as coisas com um olhar mais inclusivo e nos perguntar, porque não vejo deficientes e outras minorias ocupando os espaços onde eu estou?
Vamos dialogar mais um pouco?
A conversa será sábado dia 20/03/2021 às 10:30 horário de Brasília no instagram do @nossobrasil_org