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O Atlas da violência é um estudo anual feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) com a parceria do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde.

Seu principal propósito é de retratar a violência do país, esmiuçando as ocorrências em categorias de tipos de violência, estados e regiões brasileiras, causas, grupos acometidos e as variações numéricas entre os anos de publicação.

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Considerando que essa é a primeira edição do Atlas a abordar o tema da violência contra pessoas com deficiência, foi explicado alguns elementos relevantes para a compreensão de como o grupo sofre violência, admitindo ser um grupo que sofre subnotificação e desinteresse, maior nas regiões norte e nordeste.

Esse fato, levam a um limite das estatísticas e de como podem ser correlacionadas, apesar de a violência e a deficiência estarem expressivamente ligadas. Por exemplo, as pessoas com deficiência estão mais expostas à violência, especialmente aquelas com deficiência intelectual, o que se confirma no número apontado no Atlas.

De 7.613 casos de violência contra pessoas com alguma deficiência, registrados em 2019, 39,4% foram contra pessoas com deficiência intelectual, 30,2% das pessoas com deficiência física, 13,18% é contra pessoas com deficiências múltiplas.

Além disso, mulheres são mais vulneráveis a sofrer violência em todos os tipos de deficiência em sua maioria, as mulheres com deficiência intelectual (56,9%) que são que mais relatam abusos de natureza sexual.

Outro fato que se destaca nos números da pesquisa é de que as notificações de violência doméstica são as mais que mais acontecem em comparação às outras categorias de violências interpessoais.

Leia também: Pessoas com deficiência lutam para conseguir o mínimo.

Devemos considerar que a privacidade do local de ocorrência, a dinâmica de poder familiar entre a vítima e o agressor, e a limitação da deficiência como fatores que dificultam mais o processo de denúncia, portanto é um alerta para o trabalho de políticas públicas como equipes da Estratégia Saúde da Família, os Conselhos Tutelares e as escolas como atores capazes de identificarem situações de violência e abuso, especialmente das pessoas com deficiência.

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