“Eu sei que não sou eterna, então quando digo que empoderei ela demais é para que ela tenha mesmo essa autonomia, essa independência” Explica Joana d’arc ao fim do breve documentário “Vitória e Joana”, vídeo de quatro minutos que busca fotografar a relação entre essas duas mulheres em suas lutas individuais, mas que se cruzam no cuidado de uma com a outra.
Como se apresenta no vídeo, Joana é mãe e cuidadora da Vitória, vive há 36 anos com a filha enfrentando, o preconceito, o descaso e a marginalização das pessoas com deficiência. Juntas, elas procuraram por escolas e acompanhamentos de saúde gratuitos que aceitassem a matrícula de uma mulher adulta com deficiência. Uma das maiores dificuldades para essa população específica e uma das maiores brigas de Joana.
Sempre que tem a oportunidade, sai em defesa do cuidador, da mulher de periferia e principalmente, das qualidades da sua filha, “Ela é artesã formada, pinta telas lindas e ainda faz performance dançante” diz como uma boa mãe orgulhosa e protetora de sua filha. A esperança na transformação fez com que as duas entrassem juntas no projeto Vozes Femininas.
Uma iniciativa existente desde 2018 e que promove encontros semanais entre mulheres com deficiência e cuidadoras no território da Brasilândia e Freguesia do Ó, Zona norte de São Paulo. Esses encontros debatem temas de empoderamento feminino, inclusão da pessoa com deficiência, direitos e especialmente compartilhamento de experiências, dolorosas ou felizes.
A casa em que moram é bastante frequentada, todos que passam por ali, aproveitam para cumprimentar Vitória e Joana, famosas na região pela entrega mensal de cestas básicas para mais de 200 famílias de pessoas com deficiência. Aliás, ambas adoram comparecer em eventos da comunidade e transmissões ao vivo de quem as convida, sempre deixam uma impressão marcante e entusiasmada em suas falas.
E as vivências, que não são poucas, trazem inúmeros aprendizados para quem as acompanha. Entre suas ocupações, Joana é enfermeira e educadora pelo Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA) tem orgulho de alfabetizar adultos pelo método de Paulo Freire, Vitória também é sua aluna junto a outros educandos com e sem deficiência.
A dança foi uma forma de continuarmos a desenvolver os movimentos do corpo e trabalhar diferentes maneiras de expressão.” – conta minutos antes enquanto preparam o tapete para a dança da Vitória.
O curta procura mostrar como a arte da Vitória transmite sua visão de mundo bem como sua paixão pela vida frente as dificuldades. Como qualquer jovem, deseja sair com os amigos e tomar as próprias decisões. Entretanto, a mãe se preocupa pela falta de acessibilidade e a falta de atenção que a sociedade tem para as pessoas com deficiência. Infelizmente ela tem razão.
Vale ressaltar que o trabalho de recolhimento de cestas básicas é feito pela Rede solidária Brasilândia, graças a diversos parceiros que levantam doações. Esse alimento é imprescindível para muitas famílias que passam por dificuldade e contam com o seu apoio em qualquer valor.
A ONG que realiza os repasses das doações é a parceira BRASA – Brasil saúde e Ação. Os dados bancários são:
Banco Itaú
Agência: 1589
Conta corrente: 74885-2
Favorecido: Associação Brasil Saúde e Ação – BRASA
CNPJ: 18.481.801/0001-81 (pix também pelo cnpj)