Uma guerra passa a protagonizar o cenário internacional há pouco da quase recente superação de uma pandemia global. Triste fato histórico que além de levantar o véu das misérias provocadas pela desigualdade econômica e social, mostrou quais vidas são as que valem a pena e as que não valem.
E são as Mulheres que sustentam a base da vida humana, são as mulheres que nutrem e cuidam, mesmo sendo forçadas a tal, inclinadas para o cuidado desde a primeira infância.
Não são as mulheres que incitam a guerra, mas sofrem da dor ela traz. Não são as mulheres a provocar crises no país, mas definitiva e comprovadamente são as que mais sentem as consequências da pobreza.
Os problemas são tamanhos e hoje em escala cada vez mais globais. Porém, mulheres brasileiras ainda morrem da violência por abortos clandestinos e pela falta de atendimento em saúde física e mental, provocada pela sobrecarga do trabalho doméstico, ainda tão desvalorizado.
Mulheres tem quase nulo incentivo ao estudo, como por políticas que auxiliem na redução da pobreza menstrual ou construção e popularização das creches públicas e gratuitas.
Ainda são as mulheres as mais afetadas pelo governo genocida brasileiro e serão as mulheres a derrubá-lo.
Neste dia Internacional da Mulher devemos valorizar as conquistas cotidianas e individuais, mas também das nossas representantes que vem resistindo corajosamente aos retrocessos de direitos, e recordar daquelas que enfrentaram o machismo com a própria vida, não serão em vão.
Suas vozes ecoarão na luta e na obtenção dos direitos de todas. Mulheres negras, LBTs, travestis, periféricas e com deficiência, mulheres do campo, indígenas e ribeirinhas. Mulheres no sistema penitenciário e mulheres refugiadas. A Luta é de todas e o feminismo deve integrar todas as pluralidades para que as conquistas sejam plenas.
No encontro aberto do Projeto Vozes Femininas, as dores das mães e cuidadoras de pessoas com deficiência estiveram no centro dos relatos. As dificuldades acarretadas pelo estigma e pela invisibilidade são inúmeras. Mas ainda assim, as falas de união fizeram lembrar a importância da histórica cooperação feminina frente as adversidades e não é tempo de recuar.