Discutimos aqui no blog, datas que vão além da comemoração, representem momentos de articulação pela defesa de setores inteiros como o da saúde. A luta aqui é contra o desmonte neoliberal que avança até mesmo em grandes e consolidadas democracias.
A austeridade de setores como assistência social, saúde e educação é um projeto mundial de décadas e suas consequências são brutais, e sempre, sempre piores para as mulheres que desempenham as funções menos valorizadas do cuidado humano, seja a nível pessoal em serviços domésticos ou profissional.
Enfermeiras, fisioterapeutas, farmacêuticas e trabalhadoras de laboratório da Turquia, Austrália, Sri Lanka e Eslovênia organizaram greves desde o 8 de março, incorporando reivindicações do Dia internacional da Mulher às demandas de condições de trabalho mais decentes no setor público da saúde.
Até mesmo na Noruega foram reportadas manifestações contra o fechamento de hospitais essenciais. Desmontes como esse vêm acontecendo na França e na Itália, países em que mulheres profissionais da saúde também aderiram à união dos movimentos visto que mais 85% dos profissionais de cuidado primário são mulheres.
No Sistema único de saúde brasileiro (SUS) não poderia ser diferente, segundo o CENSO IBGE, profissões de enfermagem e psicologia são ocupadas em mais de 80% por mulheres, já em serviço sociais, fonoaudiologia, nutrição e serviço social, ultrapassam os 90%.
Dia internacional da Mulher: Novos problemas, antigas lutas
Usando da experiência com os grupos dos projetos da Associação de saúde BRASA, mulheres trabalhadoras do setor e especialmente do SUS, iniciam as rodas de conversa e outras iniciativas extras às suas atividades de trabalho, se empenham na relação com os(as) usurários(as) pela ação efetiva do serviço como por saúde reprodutiva, saúde mental e outras.
A luta da mulher ultrapassa o âmbito político, econômico ou social, e se traduz na praticidade e afirmação diária das escolhas impostas a ela. Por isso, a valorização da saúde é a valorização do que o cuidado e do que ele é capaz de fazer.
Para conhecer mais, assista o Encontro Aberto do Dia internacional da Mulher do Projeto Vozes Femininas