Na última quarta-feira, o projeto Vozes Femininas realizou uma cerimônia virtual de encerramento do ciclo de mapeamento e de capacitações supervisionadas pela ONG BRASA.
Encontro aberto de Encerramento do Vozes Femininas
O encontro foi marcado por falas das Agentes de Inclusão e Mobilização Social (AIMS), equipe operacional e de parceiros que auxiliaram na construção desse trabalho em diferentes níveis. Foram agradecimentos, apresentação dos dados colhidos no mapeamento feito na Brasilândia, junto ainda a reflexões sobre o futuro da inclusão. E sobre quais seriam os melhores caminhos para garantir esse processo a quem ainda encontra barreiras na realidade das periferias de São Paulo.
Uma pessoa que usa cadeira de rodas não tem a deficiência como um desafio se vive em uma casa plana, por exemplo. Ou em uma rua de calçada larga e lisa ou que não depende de ônibus para se transportar pela cidade e por aí vai. O contexto da Brasilândia importa para a vida de cada pessoa com deficiência ou sem deficiência que ali vive. – Alexandra Baroli, professora de natação adaptada.
Além dessas reflexões, foi lembrada pela Fernanda Senna, atual Coordenadora e gerente do Centro de Reabilitação da Brasilândia e Freguesia do Ó, a importância de se entender cada pessoa com deficiência na sua totalidade não só para uma boa reabilitação, mas para uma vida digna em sociedade.
“Quais são os desejos desse indivíduo, o que ele gosta, o que não gosta, quais os sonhos dele, tudo isso importa e muitas vezes ele não sabe, ninguém nunca perguntou isso a ele”.
A equipe de comunicação do projeto apresentou a plataforma de Ensino à distância criada para auxiliar mulheres a desenvolverem rodas de conversa virtuais com temáticas centradas no empoderamento feminino, inclusão da pessoa com deficiência e acolhimento coletivo a partir da escuta.
Acesse o Curso Vozes Femininas – Formação virtual de Rodas de conversa
Foi momento para lançar o Documentário do Projeto no percurso de 2020 e 2021: “Agente de inclusão”, o Livreto com histórias dessas mulheres junto a explicações dos temas que ensinam no curso de rodas de conversa.
Baixe o Livreto – “Agora é Sobre elas – Narrativas afetivas de Mulheres da Brasilândia”.
O Vozes Femininas seguirá com seu coletivo de mulheres com deficiência e cuidadoras de maneira autônoma, com os encontros semanais focados em cursos geradores de renda com ênfase no artesanato.
Panos de prato bordados em um dos encontros semanais do Vozes.
Serão encabeçados pela astuta Joana d’Arc, entre muitas coisas ela é enfermeira, artesã, líder comunitária pelo Núcleo da pessoa com deficiência da Rede solidária Brasilândia, educadora e mãe da Vitória, uma mulher com deficiência que também é artesã e participante do grupo.
Os encontros continuarão com a proposta de escuta e de compartilhamento de experiências, mas também com o objetivo de formar uma cooperativa de trabalhadoras autônomas, visto que essas mulheres já trabalham de forma liberal e empreendedora para sobreviver.
A Organização Brasil Saúde e Ação (BRASA), idealizadora e responsável pelo projeto, seguirá na busca por recursos e na ampliação do trabalho realizado e apoiará o coletivo que segue como sempre foi: protagonista e autônomo em busca por justiça e equidade para mulheres com deficiência.