Intercambista italiana narra seu primeiro contato com mulheres com deficiência e cuidadoras da Brasilândia e Freguesia do Ó
Conexão: a conexão emocional é um bom antídoto para não se sentir só. Podemos sempre nos sentir conectados, independentemente da distância que nos separa um do outro. E foi esta conexão que me tocou entre mãe e filha durante o encontro do Vozes Femininas na Brasilândia.
Joana e Vitória simbolizam esta conexão, esta tranquilidade, a percepção de estar sempre presente no pensamento um do outro, de existir além dos limites físicos. E eu acho que esse é o cerne deste projeto: “Existir”. Existir, existindo além dos limites físicos e mentais.
Ao ouvir as falas das diferentes mulheres, tanto aquelas com deficiências como as que cuidam voluntariamente de seus filhos, percebi como é importante colocar a inclusão e a integração dessas pessoas de uma forma não exclusiva. Dois conceitos que para a maioria das pessoas são semelhantes, mas na realidade completamente diferentes.
O conceito de integração é a inclusão e o apoio de recursos particulares para permitir a obtenção de resultados nas áreas de autonomia, socialização e comunicação. A inclusão tem como objetivo principal a superação REAL e EFETIVA das barreiras à participação e ao aprendizado. Estes dois conceitos ainda estão muito distantes para as mães destas crianças, que todos os dias veem seus filhos como Invisíveis para a sociedade e para a escola.
Elas afirmam como as características de seus filhos fazem parte de um modelo social não padronizado que incorpora a diversidade humana. Elas falam sobre como a instigação da aceitação das diferenças em vários espaços é fundamental como uma ATITUDE HUMANITÁRIA em favor do respeito e da apreciação das habilidades. Portanto, é claro que as diferenças, manifestadas especificamente pela pessoa com distúrbio do espectro do autismo, não devem representar limitações ou impossibilitar o desenvolvimento educacional desta última.
Outro conceito fundamental é que para crianças com transtorno do espectro do autismo, a sala de aula é frequentemente a única oportunidade de se relacionar com alguém fora da família. A escola torna-se assim um ambiente privilegiado para desenvolver a comunicação social e o compartilhamento de habilidades. Uma criança autista não só precisa de um professor de apoio, mas também de uma sala de aula ativa que a faça sentir-se incluída.
Em resumo, a criança autista precisa estar envolvida na sala de aula em pé de igualdade com todos os outros. E como tornamos isso possível? Ao erradicar concepções preconceituosas que contribuem para sua exclusão social. Quando se pergunta às pessoas sobre o autismo, elas são muitas vezes levadas a dizer que são crianças que lutam contra as paredes, têm movimentos estranhos, balançam seus corpos, gritam e que são até perigosas. Estas declarações revelam a DISINFORMAÇÃO sobre esta síndrome. Portanto, esta parte da sociedade causa a limitação das relações de interação que podem ser estabelecidas socialmente. AS NECESSIDADES BIOLÓGICAS NÃO DEVEM INVALIDAR A EXPERIÊNCIA SOCIAL e a cultura do indivíduo em seus vários aspectos. Para isso, uma pessoa com autismo deve ser estimulada, com maior ênfase, a desenvolver a capacidade de socialização em vez de ficar isolada. Com isto em mente, as escolas devem desenvolver atividades de interação para permitir progressos significativos nesta exigência.
Acesse as imagens do Encontro Presencial do Coletivo Vozes Femininas